quinta-feira, 27 de março de 2014

Seca tuas lágrimas e se me amas, não chores mais. "A morte não é nada. Apenas passei ao outro mundo. Eu sou eu. Tu és tu. O que fomos um para o outro ainda o somos. Dá-me o nome que sempre me deste. Fala-me como sempre me falaste. Não mudes o tom a um triste ou solene. Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos. Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo. Que o meu nome se pronuncie em casa como sempre se pronunciou. Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra. A vida continua sendo o que era. O cordão da união não se quebrou. Por que eu estaria fora de teus pensamentos, apenas porque estou fora de tua vista ? Não estou longe, somente estou do outro lado do caminho. Já verás, tudo está bem... Redescobrirás meu coração. E nele redescobrirás a ternura mais pura. Seca tuas lágrimas e se me amas, não chores mais."
Santo Agostinho

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Quando a doença do corpo vem da mente

Quando a doença do corpo vem da mente


De acordo com os pesquisadores JW Kennedy, RC McKinstry, do Functional Mapping of the Human Visual, o pensamento é uma atividade mental organizada com capacidade de planejamento, definição de estratégias, previsões e soluções de problemas, que, por meio da vontade, energias são lançadas ou atraídas de acordo com ondas mentais que se identificam no tempo espaço.
 
Com a atração do pensamento, segundo Platão (427 a.C) “A cura das partes não deve ser tentada sem o tratamento do todo; nenhuma tentativa de curar o corpo deve ser feita sem levar a alma em consideração. E se a cabeça e o corpo devem estar saudáveis, é necessário começar pela mente, pois, o grande erro dos nossos dias ao tratar o corpo humano é que nossos médicos separam a alma do corpo”.
 
Em uma entrevista concedida pelo médium, orador e escritor Antonio Carlos Laferreira, a abordagem do poder do pensamento fica clara quanto a sua construção e destruição, de acordo com os comandos do próprio ser pensante naquilo que objetiva alcançar.
 
RBN: É possível agredir o corpo físico tendo pensamentos negativos a respeito de si mesmo?
 
Antonio Carlos Laferreira: O conhecimento de que a alma e suas emoções transferem ao corpo físico energias enfermas que comprometem todo o plano psíquico não é novidade, as ondas mentais geram reações no físico devido à ação constante de hormônios e enzimas que acabam por lesar órgãos ou sistemas.
 
Por exemplo: O sentimento do egoísmo leva ao comportamento de avareza; apresentando quadros de artrites, problemas em braços, ombros e mãos. O sentimento de ódio gera comportamentos de vingança, mágoa, violência e agressividade, dos quais teremos desajustes cardíacos, processos melancólicos, reumatismos, cânceres e doenças nos ossos, assim sucessivamente com os demais comandos e órgãos do corpo humano.
 
Como podemos policiar e corrigir nossos pensamentos?
 
A educação da alma e o autocontrole são fundamentais para esta atenção necessária. Sentir raiva, tristeza e outros sentimentos menos edificantes ainda está próximo de nossa verdade evolutiva, mas o grande problema é o ressentir, ou seja, o sentir novamente.
 
Precisamos corrigir nossa postura mental e emocional, por exemplo: quando algo ou alguém nos aborrece, ficamos alterados, irritadiços, nervosos, irados, as faces ruborizadas, o coração acelerado e, as mãos muitas vezes se fecham na demonstração de gestos de raiva e ataque. É aí que está nossa oportunidade de atenção e correção, não ressentir, não dar vazão ao que nos faz mal, evitando aos poucos nosso descontrole.
 
Sentimentos e pensamentos doentes causam lesões no corpo espiritual?
 
Sim, o sentimento e o pensamento persistentes, doentios, lesam o perispírito e o corpo físico e, isso, indica grande ausência de controle e falta de conhecimento íntimo das emoções que deixamos fluir livremente.
 
Postura mental é sinônimo de mudança moral?
 
Ainda sentiremos ira, tristeza, mas o importante é trabalhar no sentimento equacionando a causa e nossa postura diante deste sentir, avaliando nossa responsabilidade e necessidade de zelo diante da própria saúde e também da paz alheia, pois o perseverar no sentimento negativo é vibração que atinge igualmente o outro mais próximo. Cada sentimento vibrará em nossa mente (espírito), e excitará o córtex cerebral, que por sua vez reagirá sobre o corpo.
 
Como trabalhar nossas emoções? 
 
Em Mateus, capítulo XVIII, versículos 21 a 35, fala da necessidade do perdão, referindo ser a melhor terapia de nossas enfermidades, perdoando ao outro e a si mesmo, não permitindo cultivar o sentimento de culpa, sendo este um processo de autopunição que lesa nossa organização espiritual e física, causando transtornos de difícil solução. 
 
Corrigir a rota é fundamental, muitas vezes quando detectamos algo a ser modificado, reprimimos ou exteriorizamos, sem tratarmos a causa, podendo até, camuflar nossas atitudes, mas o sentimento permanece doente.       
 
O caminho é renovar os Sentimentos que atuará nos Pensamentos gerando atitudes modificadas e nobres.
 
Antonio Carlos Laferreira - Nefrologista, Dirigente da Fraternidade Cristo Redentor em Itaquera – São Paulo e apresentador do programa Fraternidade pela Rede Boa Nova de Rádio.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Tatuagens , Piercings e outros Adereços sob o ponto de vista Espírita

TATUAGENS, PIERCINGS E OUTROS ADEREÇOS SOB O PONTO DE VISTA ESPÍRITA


Alguém nos questionou se se usar uma tatuagem na pele teria influência sobre o perispírito. Há dirigentes de casas espíritas advertindo que todas as pessoas que fizeram ou pensam em gravar tatuagens ou usar piercings, automaticamente estarão em processo de obsessão. Alguns cristãos baseiam-se nas Antigas Escrituras, onde encontramos advertência aos israelitas de “que não deveriam marcar o corpo, fazer cicatrizes com açoites como autoflagelo, por nenhum motivo.”.(1)
Conhecemos líderes espíritas convictos de que pessoas que tatuam o corpo inteiro ou o enchem de piercings são espíritos primários que ainda carregam lembranças intensas de experiências pretéritas, sobretudo dos tempos dos bárbaros, quando belicosos e cruéis serviam-se dessas marcas na pele para se impor ante os adversários.
Positivamente não identificamos pontos de caráter prático no uso de tatuagens, especialmente se a lesão imposta ao próprio corpo for por mero capricho. Isso sim, refletirá invariavelmente no perispírito, já que, sendo o corpo físico (templo da alma) um consentimento divino para nossas provas e expiações, devemos mantê-lo dignamente protegido e saudável. Entretanto, será que o uso de piercings e tatuagens sobrepujam qualidades morais? Quem pode penetrar na intimidade do semelhante e saber o que aí ocorre?
Sob a percepção histórica, a tatuagem é uma técnica ancestral que se esvai na memória cultural das civilizações. Antigamente eram aplicadas para marcar o corpo de um escravo com o símbolo do proprietário. Gravavam-se os corpos das prostitutas com o emblema de um reino, governo ou estado. Servia também para estigmatizar o corpo da mulher adúltera. Ainda hoje é tradição o seu uso no corpo de príncipes de tribos beduínas, africanas e das ilhas do pacífico.
Presentemente, servem para marcar o corpo de membros de gangues, grupos de atletas esportistas (surfe, motociclismo), "beatniks" (movimento sociocultural nos anos 50 e princípios dos anos 60 que subscreveram um estilo de vida antimaterialista, na sequência da 2.ª Guerra Mundial.), hippies, roqueiros e alastrados principalmente entre jovens comuns dos dias de hoje.
Os que se tatuam devem procurar identificar seus motivos íntimos. Recordemos que o corpo é o templo do Espírito e não nos pertence, portanto, é importante preservá-lo contra agressões que possam mutilar a sua composição natural. Há os que usam vários brincos, piercings e outros adereços. Haveria a mutilação espiritual por causa desses apetrechos? Talvez sim, provavelmente não! O certo é que o perispírito é efetivamente lesado pela defecção moral, desequilíbrio emocional que leva a suicídios diretos e indiretos; vícios físicos e mentais, rancores, pessimismos, ambição, vaidade desmesurada, luxúria.
Esfola-se o corpo espiritual todas as vezes que se prejudica o semelhante através da maledicência, da agressividade, da violência de todos os níveis, da perfídia. Destarte, analisado por esse prisma, os adereços afetam menos o corpo perispirítico. Principalmente porque na atualidade muitos desses adornos que ferem o corpo físico podem ser revertidos, já na atual encanação, e naturalmente não repercutirá no tecido perispiritual.
André Luiz elucida que o perispírito não é reflexo do corpo físico; este é que reflete a alma. “As lesões do corpo físico só terão, pois, repercussão no corpo espiritual se houver fixação mental do indivíduo diante do acontecido ou se o ato praticado estiver em desacordo com as leis que regem a vida.”.(2) As tatuagens e as pequenas mutilações que alguns indivíduos elaboram como forma de demonstrar amor a exemplo de alguém que grava o nome do pai ou da mãe no corpo de modo discreto não trariam, logicamente, os mesmos efeitos que ocorreriam com aqueles que se tatuam de modo resoluto, movimentados por anseios mais grosseiros.
Curiosamente, muitas pessoas, retornando ao plano espiritual, podem optar pelo uso dos adornos aqui discutidos. Segundo o autor do livro Nosso Lar, “os desencarnados podem, sob o ponto de vista fluídico, moldar mentalmente e de maneira automática, no mundo dos Espíritos, roupas e objetos de uso e gosto pessoal. Destarte, é perfeitamente possível, embora lamentemos, que um ser no além-túmulo permaneça condicionado aos vícios, modismos e tantas outras coisas frívolas da sociedade terrena.”.(3)
No que concerne às tatuagens especificamente, por ser um tipo de insígnia permanente, pode, sem dúvida, ocasionar conflitos mentais. A começar na atual encarnação, quando chega a ocasião em que o tatuado se arrepende, após ter mudado de idéia, em relação à finalidade da tatuagem. Concebamos que seja o apelido, sobrenome, o desenho ou algum emblema de alguma pessoa que já não estima, não ama ou qualquer outra silueta que já não aceita em seu corpo. Então, o que era um mero enfeite, culmina cansando a estética e torna-se um problema particular de complexa solução.
Então, por que a pessoa se permite tatuar? Nas culturas primitivas se usavam tatuagens com finalidades mágicas, para evocar a interferência de divindades, para o bem ou o mal. Hoje é, para muitos indivíduos, uma espécie de ritual de passagem, envolvendo a integração num grupo. Pode ser também de identificação. Pela tatuagem a pessoa está dizendo algo de si mesma.
Nas estruturas dos códigos espíritas não há espaços para proibições. Não obstante, a Doutrina dos Espíritos oferece-nos subsídios para ponderação a fim de que decidamos racionalmente sobre o que, como, quando, onde fazer ou deixar de fazer (livre-arbítrio). Evidentemente que não é o uso de tatuagens que retratará a índole e o caráter de alguém. Todavia, não podemos perder de vista que alguns modelos de tatuagens, com pretextos sinistros, podem ser classificados (sem anátemas) como censuráveis e inadequados para um cristão de qualquer linhagem.
Nesse contexto, é importante compreender a pessoa de forma integral. As características anunciadas no corpo são resultados de seus estados mentais, reflexos das experiências culturais, aprendizados e interpretação de mundo. Como dissemos, o Espiritismo não proíbe nada e fornece-nos as explicações para os fenômenos psíquicos. Assim sendo, as recomendações doutrinárias não combatem, porém conscientizam! Não são indiferentes aos dramas existenciais e demonstram como edificar e marchar no mais acautelado caminho.
Dissemos que o uso piercings e outros adereços e da própria tatuagem por si só não caracteriza alguém com ou sem moralidade. Investiguemos porém as causas dessas atitudes. Quais sãos os anseios, os sonhos, as crenças dos que cobrem seus corpos com tais marcas? Tatuagens, piercings, são estágios transitórios. Importa alcançar, porém, se tais indivíduos estão mutilados psíquica, emocional e espiritualmente. O que os conduz muitas vezes a despedaçar a barreira da ponderação e do juízo? Por que atentam contra si submetendo-se a dores e sofrimentos incompreensíveis? Para uns o motivo é o modismo. Outros, todavia, ainda se acham atrelados a costumes de outras existências físicas e trafegam do mundo inconsciente para o consciente, derivando na transfiguração do corpo biológico.

Perante questões controversas, as mensagens kardecianas buscam na intimidade do ser o seu real problema. Convidam-nos ao autoconhecimento e ao estágio do auto-aprimoramento. Sugere-nos sensatez, autoestima, altivez, comedimento e a busca incessante de Deus, o Exclusivo Ente, que facultara-nos completar de contentamento e paz de consciência.


Jorge Hessen

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Não importa a tempestade

Certa vez, houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz.
Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados.
O primeiro retratava uma imensa pastagem, com lindas flores e borboletas que bailavam no ar, acariciadas por uma brisa suave.
O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve, em meio ao azul anil do céu.
O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar, em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.
Para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo.
Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos questionaram o juiz que deu o voto de desempate:
Como este quadro tão violento pode representar a paz, sr. Juiz?
E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse:
Vocês repararam que, em meio à violência das ondas e à tempestade, há numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranquilamente?
E os pintores sem entender responderam: Sim, mas...
Antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou:
Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que, mesmo nos momentos mais difíceis, nos permite repousar tranquilos.
* * *
Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de entender.
Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranquila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade.
Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro, que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência.
A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove. E também pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranquilo e nossa consciência arder em chamas.
A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está em nós.
É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correção.
Sendo assim, concluiremos que a paz não será implantada por decretos nem por ordens exteriores, mas será conquista individual de cada criatura, portas adentro da sua intimidade.
* * *
Um dia, A paz vestiu-se de Homem e conviveu com a Humanidade sofredora e aflita.
Conservava-Se em paz mesmo diante das situações mais turbulentas e assustadoras.
Agredido, manteve-Se sereno.
Caluniado, exemplificou tranquilidade.
Diante da tempestade no mar, pediu calma.
Pregado na cruz, permaneceu em paz.
Todavia, antes de partir teve ensejo de dizer:
A minha paz vos deixo, como exemplo.
A minha paz vos dou, como modelo a ser copiado.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Manancial de Luz

Primícias do Evangelho

Iniciamos  o mês especialmente dedicado as mensagens de O Evangelho Segundo o Espiritismo, com o texto do livro Jesus no Lar, ditado pelo Espírito Néio Lúcio e psicografado por Francisco Cândido Xavier.

A mensagem descreve um grandioso dialogo entre Jesus e Pedro inaugurando o primeiro Culto do Evangelho no Lar. 




Primeiro Culto Cristão no Lar 


Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da noite de luar, quando o Senhor, instalado provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo à conversação, que se fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade:

- Simão, que faz o pescador quando se dirige para o mercado com os frutos de cada dia?

O apóstolo pensou alguns momentos e respondeu, hesitante:

- Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores. Ninguém compra os resíduos da pesca.

Jesus sorriu e perguntou, de novo:

- E o oleiro? que faz para atender à tarefa a que se propõe?

- Certamente, Senhor redargüiu o pescador, intrigado, modela o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja.

O Amigo Celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu:

- E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pretende?

O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar:

- Lavará a madeira, usará a enxó e o serrote, o martelo e o formão. De outro modo, não afeiçoará a peça bruta.

Calou-se por alguns instantes, e aduziu:

- Assim, também, é o lar diante do mundo. O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranqüila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habituarmos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?

Jesus relanceou o olhar sobre a sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:

- Pedro, acendamos aqui, torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma claridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do Céu. Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão. Em razão disto, o Evangelho não foi singelo domicílio dos pastores e dos animais.

Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se, murmurou, tímido:

- Mestre, seja feito como desejas. Então Jesus, convidando os familiares do apóstolo à palestra edificante e à meditação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão do lar. 

Néio Lúcio

Psicografia de Francisco Cândido Xavier 

Nosso Lar ( A cidade Espiritual )

 
 
Nosso Lar tem a forma de uma estrela
de seis pontas, localizando-se a Governadoria
no centro do círculo em que está inscrita a estrela.
NOSSO LAR
(PLANO PILOTO)
Mencione-se, desde logo, que existem dois desenhos, o primeiro que abrange apenas a estrela, onde se localiza a Governadoria e os conjuntos habitacionais, inscritos dentro dela, destinados aos trabalhadores de cada Ministério; o segundo já engloba mais além, os conjuntos residenciais que, conquanto ainda afetos aos trabalhadores do Ministério, podem ser adquiridos por estes, através de "bonus-horas" e são suscetíveis de transmissão hereditária. Também nele se vê a grande muralha protetora da cidade.
A cidade tem a forma de uma estrela de seis pontas, localizando-se a Governadoria no centro do círculo em que está inscrita a estrela.
Da Governadoria partem as coordenadas que dividem a cidade em seis partes distintas, afetas, cada uma, ao mesmo número de organizações especializadas, em que desdobra a administração pública, representadas, como já se disse, pelos Ministérios da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União Divina.
Assim, a cidade está dividida em seis módulos, cada um deles partindo da Governadoria, junto à qual se eleva a torre de cada ministério, configurando-se como um centro administrativo.
À frente deles está a grande praça que os circunda e que, para que se avalie o seu tamanho, está apta para receber, comodamente, um milhão de pessoas. A médium (Heigorina Cunha) descreve-a como belíssima, como piso semelhante ao alabastro, com muitos bancos ao seu redor, sendo que, nos espaços em que se vê o encontro dos vários vértices das bases dos triângulos, por detrás dos bancos, existem fontes luminosas multicoloridas, e em torno delas, flores graciosas e delicadas.
Além da praça temos os núcleos residenciais em forma de triângulo e que, como já se disse, se destinam aos trabalhadores de cada Ministério, sendo que os mais graduados residem mais próximos às praças e, portanto, ao centro administrativo. Essas casas pertencem à comunidade e se um trabalhador se transfere para outro Ministério, deve mudar-se também para residir junto ao seu local de trabalho. Os quadros que se vêem desenhados dentro do triângulo, e junto à muralha, são quadras onde se erguem as residências.
Nos espaços que medeiam entre um núcleo habitacional e outro, seja e, direção à muralha, seja em direção ao núcleo correspondente ao Ministério vizinho, existem grandes parques arborizados onde se erguem outras construções que foram detalhadas na planta, destinados ao lazer ou serviços aos habitantes. Vê-se, por exemplo, no parque do Ministério da Regeneração, a locação do seu Parque Hospitalar; no Ministério da União Divina. o Bosque das Águas e, no Ministério da Elevação, o Campo da Música, todos referidos no livro Nosso Lar.
Cada núcleo residencial é cortado, no centro, por ampla avenida arborizada que o liga à praça principal e à Governadoria, e que se inicia junto à muralha.
Entre os núcleos em forma de triângulo e a muralha, estão os núcleos residenciais destinados aos Espíritos que, por seus méritos, podem adquirir suas casa mediante pagamento em bonus-hora, que é a unidade monetária padrão, correspondente a uma hora de trabalho prestado à comunidade. Estas casas, pertencendo aos que as adquiriram podem ser objeto de herança. Na planta aparecem umas poucas quadras, mas na verdade são muitas quadras, a perderem-se de vista e que se alongam até a muralha.
Circundando toda a cidade, está a grande muralha protetora, onde se acham assestadas as baterias de proteção magnética, para defesa contra as arremetidas dos Espíritos inferiores, o que não deve estranhar porque, como sabemos, a cidade está situada numa esfera espiritual de transição, abrigando espíritos que ainda devem reencarnar.
Por fora da muralha estão os campos de cultivo de vegetais destinados à alimentação pública.

A planta da cidade, no entanto, carece de medidas que nos propiciem uma exata compreensão de seu tamanho.
Mas podemos imaginar sua magnitude pelas referências que André Luiz nos faz.
É uma cidade amplamente disposta, para um milhão de habitantes.
O "aeróbus", correndo numa velocidade que não permite fixar os detalhes da paisagem e com paradas de três em três quilômetros, demora quarenta minutos para ir da Praça da Governadoria até o Bosque das Águas, que está localizado na planta.

Em síntese, é o que nos mostra o plano piloto da cidade, configurado na planta que nos veio ao conhecimento por intermediação de nossa irmã Heigorina Cunha.
Do livro "CIDADE NO ALÉM"
Pelos Espíritos Lúcius e André Luiz,
Médiuns: HEIGORINA CUNHA (desenhos da cidade via desdobramento)
e FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Editora: IDE

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1 - O irmão Lucius fez quanto pôde, a fim de trazer, aos amigos domiciliados no Plano Físico, alguns aspectos de Nosso Lar, a colônia de trabalho e reeducação a que nos vinculamos na Espiritualidade, especialmente o plano piloto que lhe diz respeito.
Para isso, encontrou a dedicação da médium Heigorina Cunha, na cidade de Sacramento, em Minas Gerais, no Brasil.
2 - Terá conseguido transmitir, minuciosamente, toda a imagem do vasto contexto residencial a que nos referimos?
Decerto que não, mas estamos à frente de uma realização válida pelas formas e idéias básicas que o mencionado amigo alinhou, cuidadosamente, através do intercâmbio espiritual.
3 - Justo lembrar aqui os mapas que Cristóvão Colombo desenhou, por influência de Mentores e Amigos Espirituais, antes de desvelar a figura da América.
Semelhantes esboços não continham a realidade total, no entanto, demonstram, até hoje, que o valoroso navegador apresentava a configuração do Novo Continente, em linhas essenciais.
4 - Convém esclarecer que Nosso Lar é uma colônia-cidade, habitada por homens e mulheres, jovens e adultos, que já se desvencilharam do corpo físico.
Outras colônias-cidades espirituais, porém, existem, às centenas, em torno da Terra, obedecendo às leis que lhe regem os movimentos de rotação e translação.
5 - Em toda parte, depois do berço, o homem, no centro da Natureza, é defrontado pelos princípios de seqüência.
Depois da morte também.
6 - Atendendo aos ditames da reencarnação e da desencarnação, nascem na experiência física e liberam-se dela milhares de criaturas humanas, no estado mental em que se comprazem.
7 - Quantos abordam o mundo material através do renascimento, evidenciam-se na condição em que se achavam, no Plano Espiritual, procedentes do mundo, lá se revelam tal qual se encontram, seja em matéria de evolução ou seja ante a contabilidade da lei de causa e efeito.
8 - Ninguém é constrangido a pensar dessa ou daquela forma, por força dos princípios universais que nos governam.
Cada consciência, encarnada ou desencarnada, é livre, em pensamento, para escolher o caminho que lhe aprouver, ainda que esteja, transitoriamente, nos resultados infelizes de opções que haja feito, no passado, resultados nos quais a criatura pode amenizar ou agravar a própria situação, na pauta da conduta que adote.
9 - Compreensível que os seres humanos transfiram para a Vida Espiritual, quando lhes ocorra desencarnação, os ideais nobilitantes e as paixões deprimentes, os desgostos e as alegrias, a convicção e a descrença, os valores do entendimento e os desmandos da inteligência, o conhecimento deficitário e a ânsia de elevação de que se vejam possuídos.
10 - Renascendo na Terra, a personalidade espiritual permanece internada na veículo físico, cercada de testes que lhe aferem o valor alcançado, com alicerces na assimilação do que já tenha realizado de melhor, em si mesma; e, desencarnado, essa mesma personalidade patenteia, claramente, o que é, como está e em que degrau evolutivo se acomoda, irradiando de si própria o clima espiritual em que se lhe apraz viver e conviver.
11 - No berço terrestre, a pessoa se reassume na família ou no grupo social em que deva reaprender lições e conclusões do pretérito, com o resgate de débitos que haja contraído,  ou em que possa prosseguir nas tarefas de amor e cooperação às quais livremente se empenha.
12 - Na desencarnação, essa mesma pessoa retoma a companhia do grupo espiritual com que se afina, de modo a continuar mentalmente estanque, como deseja, ou de maneira a colher os resultados felizes no esforço de auto-sublimação que haja desenvolvido no Plano Físico, seja pelo aperfeiçoamento realizado em si mesma ou seja pelas tarefas enobrecedoras que tenha iniciado, entre os homens, entrando naturalmente no grupo de elevação a que se promoveu.
13 - Todo espírito é livre, no pensamento, para melhorar-se, melhorando o campo de vivência em que esteja, ou para complicar-se, complicando o campo de experiências a que se vincule.
14 - Nas colônias-cidades ou colônias-parques que gravitam em torno do Plano Físico, para domicílio transitório das inteligências desencarnadas, é natural que a luta do bem para extinguir o mal ou o desequilíbrio da mente, continue com as características que lhe conhecemos na Crosta da Terra.
15 - A morte não opera milagres. O ser humano, além ela, prossegue no trabalho do auto-burilamento ou estacionário, enquanto não aceite a obrigação de renovar-se e evoluir.
16 - As religiões, a filosofia e a ciência continuam, por necessidade das criaturas desencarnadas, crendo, estudando e experimentando na sustentação do progresso e do aprimoramento humano, oferecendo vastos domínios de serviço nobilitado aos seus intérpretes, cultivadores e expoentes.
17 - Considerando a densidade das multidões de espíritos desencarnados, desvalidos de orientações, vítimas de paixões acalentadas por eles próprios, analfabetos da alma, desvairados pelos sentimentos possessivos, portadores de enfermidades e conflitos que eles mesmos atraem e alimentam, espíritos imaturos e desinformados, de todas as procedências, é necessário que o lar de afinidades, o templo da fé, a escola e a predicação, a prece e o reconforto, o diálogo e a instrução, o hospital e a assistência, o socorro e os tratamentos de segregação, funcionem, nas comunidades do Mais Além, com extremada compreensão de quantos lhes esposam tarefas salvadoras.
18 - Para o esclarecimento gradativo dos espíritos desencarnados, que se revelam necessitados de apoio e e instrução ( e contam-se por milhões), a palavra articulada, falada ou escrita, irradiada ou televisada, ainda é o processo mais rápido de comunicação, embora a telepatia e a sublimação contêm, além da morte, com círculos de iniciados, cada vez mais amplos, em elevados níveis de entendimento.
19 - Justo que a didática, no Mais Além, utilize a lição, o exame, a exposição prática, os cursos vários de introdução ao conhecimento superior, a disciplina, o apólogo, a fábula, os exemplos da história e todos os recursos de auxílio aos companheiros necessitados de conhecimento e motivação para o bem deles próprios.
20 - Nas comunidades de criaturas desencarnadas, a afinidade é o clima ideal para a união dos seres, o interesse pela ascensão do espírito aos planos superiores é a marca de todos aqueles que já despertaram para o respeito a Deus e para o amor ao próximo, o trabalho do bem é incessante, a religião não tem dogmatismo, a filosofia acata os melhores pensamentos onde se manifestem, a ciência é humanitária e o esforço pelo próprio aperfeiçoamento íntimo é impulso infatigável em todas as criaturas de boa vontade.
22 - Além da morte, a vida continua e, com mais clareza, aí se vê a realidade da teologia simples que rege a evolução, em tudo o que a evolução possua em comum com a Natureza: "A cada um segundo as suas próprias obras".

ANDRÉ LUIZ
Uberaba, 17 de junho de 1983.
( Anotações recebidas pelo médium Francisco Cândido Xavier, em Uberaba, Minas Gerais)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Feliz Ano Novo

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"De janeiro a janeiro renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho.
É como se tudo estivesse a dizer: "Se quiseres, podes recomeçar..."

"Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho." - Jesus (Mateus, 9 : 16.)
 
Não conserves lembranças amargas.
Viste o sonho desfeito.
Escutaste a resposta de fel.
Suportaste a deserção dos que mais amas.
Fracassaste no empreendimento.
Colheste abandono.
Padeceste desilusão.

Entretanto, recomeçar é benção na Lei de Deus...

A possibilidade da espiga ressurge na sementeira.
A água, feita vapor, regressa da nuvem para a riqueza da fonte.
Torna o calor da primavera, na primavera seguinte.
Inflama-se o horizonte, cada manhã, com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia.
Janeiro a Janeiro, renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho.
É como se tudo estivesse a dizer : "Se quiseres, podes recomeçar ".

Disse, porém , o Divino Amigo que ninguém aproveita remendo novo em pano velho.

Desse modo, desfaze-te do imprestável.
Desvencilha-te do inútil.
Esquece os enganos que te assaltaram.
Deita fora as aflições inúteis.
Recomecemos, pois, qualquer esforço com firmeza, lembrando-nos , todavia, de que tudo volta, menos a oportunidade esquecida, que será sempre uma perda real...
Emmanuel
Do livro "Palavras de Vida Eterna", Emmanuel (Espírito), Francisco C. Xavier (psicografia)(No original: "Deita fora as aflições improfícuas")O link abaixo contém a relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:http://www.institutoandreluiz.org/chicoxavier_rel_livros.html